Ashira Saiko

Pulsos




O espelho é seu maior rival
Um reflexo superficial 
Com olhar negro mortal
Julgamento irracional 

No pulso uma linha transversal 
Sangue viscoso essencial
Silenciando a dor interna substancial
Um alívio sutil e superficial 

A frustração atemporal 
O peso da culpa integral
O sintoma do trauma colossal
A vergonha do segredo moral 

Descer ao inferno sentimental 
No calor da chama paradoxal 
Queimando a carne em punição sensorial 
De uma vítima ocasional 

Transcendendo entre a dor e a inércia existencial 
A dor é uma justificativa racional 
O fundo do poço é um caminho natural 
E a morte é uma saída emergencial 

Neste ponto todo mundo parece imparcial 
Cada um com sua vida especial 
Sem perceber sua descida gradual 
Para as garras frias da morte intencional 

O sofrimento da realidade passional 
Te faz esconder sua dor emocional 
Pois acredita ser uma fraqueza irracional 
Como um animal esconde a ferida fatal

Não há fraqueza na doença mental 
Sua dor é válida e pessoal 
Só você conhece os demônios da profundeza abismal 
Da sua mente informal 

A cicatriz no seu corpo é um grito visceral 
Um pedido de ajuda crucial 
Não é motivo de vergonha imoral 
São marcas de uma guerra intemporal

O suicídio é uma caixa de pandora desleal 
Você deseja que sua dor tenha um final
Mas também vai matar de forma brutal 
Quem te ama de forma incondicional

Atrás de você há uma linhagem ancestral 
Energias de força magistral 
Ao seu lado o amor fraternal 
Na espiritualidade uma força sobrenatural 

A solidão não real 
Busque ajuda profissional 
Tente achar que não é assim tão mal 
Guarde os pulsos para o final.

 

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  • Autor: Ashira Saiko (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 1 de Setembro de 2022 23:37
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 13


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