Mudam os atores
Repetem-se os papéis
Vão-se os dedos
Ficam os medos e os anéis
Camada após camada
Uma camada sobre a outra
Pensa ser a última
Até a próxima lhe sobrepor
Esquecida e substituída
Pela posterior
Os guardas controlam a fila
Que segue tranquila e obediente
Eternamente
Até que os guardas tenham sua vez
Caminhando indiferentes
Para o destino da estupidez
Carrascos executam suas vítimas
De forma legitima
Até que sejam as próprias vítimas
De seus algozes
Os mesmos gritos, os mesmos ritos
Agora calam suas vozes
É da gravidade a lei
Que o velho já fora novidade
Caindo súditos tão súbitos quanto o rei
Á terra os corpos coveiros diligentes
Até também estarem mortos
Ah, bem
Esse constrangido prazer passageiro
O eu amanhã serei você
Os últimos um dia serão os primeiros
A todo dia chega uma noite
A toda noite um amanhecer
A vida pode fazer prisioneiros
Mas não deixará sobreviventes...
- Autor: Vênus (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de agosto de 2022 15:05
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 2
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