Breno Pitol Trager

Segundo Trono de Primeiríssimo Grão do Tempo

O Príncipe da Pérsia , fitando os seios da Imperatriz Kaileena, diz:

- Venha comigo, até o presente

Mas ela, em tom de desprezo, o refuta:

- Para você me matar, no seu tempo, reticente...?
- Sinto muito, mas apenas um poderá o tempo chantagear

Por muito tempo esquivando o Senhor das Sentenças, o Dahaka, o Príncipe treplica:

- O que? Os indignos destinos, evitáveis espumas das ondas do mar?
- Estas que Dahaka pulula como estrela do Mar encrustada na lava infernal?

Kaileena ergue uma sobrancelha:

- Precisamente, isto que chamamos fatalidade

O Príncipe, angustiado, com fé, exige:

- Clamando, peço-te, coroe-se minha deidade

Atormentado pelo seu eu do futuro, já cego, a voz do Príncipe Ancião ecoa:

- Mas em todos os possíveis futuros, há caos

Ambos gritam:

- E o que não é caosgenia, afinal?

Mas as rubificadas criaturas zumbis, feitas de areia, conclamam:

- Tudo que é vosso é por direito meu
- E meu será no trono forjado por Asuraseus

Ah, a voz na candeia infectando o Príncipe, já cocainado pelos grãos de Kaileena, entorpecida e morta...

- Asuras seus?

A consciência babilônica contra o inconsciente que legisla...

- Isto, meu, o antídoto às preces...

Conforme Príncipe e Imperatriz padecem
E o quantum da ampulheta...!
Perfila-se até exaurir
O último grão de areia
Dos cordados jogos a trapacear o tempo!

Sobretudo, como faro de um Vizir ansiando ladrar
Como Larápio, o trono por direito
Há sempre a cúpida flecha de uma Princesa Farah
Que sendo luz em meio às trevas, ó deleito

Desoxida todo cancro persa inevitável
Moral da história: evite impérios e Imperatrizes
Continue sendo marginal principado

Nunca fertilize grãos do tempo em Imperatrizes
Tornando seus seios mofados, mofinos
Continue sendo marginal principiante principado
Fertilizando fila indiana de elefantes e Cupidas

  • Autor: Breno Pitol Trager (Offline Offline)
  • Publicado: 27 de Agosto de 2022 09:46
  • Comentário do autor sobre o poema: Uma poesia parábola com um final engraçado, pra variar hahahah
  • Categoria: Humor
  • Visualizações: 18


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.