Breno Pitol Trager

Bordado de Moiras Mecenas

Sinto muito, Vicário que mito escruta
Pesando quais vossos profetas falsear
Além de bem de mal reside Zaratustra
Ouvidor do nosso tempo, ele apaziguar

Sinto muito, Vicário que pranto enxuga
Areias do tempo não hão de choro enrugar
Como saber puras verdades absolutas
As são nossos fortes corações a se estriar

Sinto muito, Vicário da Obstinação
Apenas um de nós irá trapacear
Labirínticas arestas estigmarão
Passado a nos cessar e futuro a apressar

Sinto muito, Vicário da Contenção
Tudo leviatã levita sobre o mar
Totens esquecerão tabus adorarão
Enquanto adornos à podridão nos restar

Ambas mortes, eloquentes, restando apenas
Glória persiana, pluma de Fênix obstina
E lãs das ovelhas, resignadas, que abdicam

Ambas são arte de um temporal pergaminho
A talhar imolação com sangue em espinhos
Bordado já previsto das ardis Mecenas

  • Autor: Breno Pitol Trager (Offline Offline)
  • Publicado: 25 de Agosto de 2022 07:45
  • Comentário do autor sobre o poema: Bem nietzschiano esse poema!
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 16

Comentários1

  • DAN GUSTAVO

    Poético, reflexivo, e até 'cartesiano'... bem Nietzsche mesmo! E calma... o 'Vicário' perdoa...!rs Um bom dia, Breno! Parabéns!



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