Breno Pitol Trager

Violinar-te

Não quero seu apedrejo pelo que não fiz
Honrarias pelo que massageia meu ego
Quero, isto sim, ser um exímio espadachim
Na esquiva da esgrima, mesmo nascido cego

Não quero morrer por um fio, esquizo triz
Vestindo-me anisanto colar num bolero
De lutos risonhos, de ladrão e meretriz
Meus pais que violinam à lá ébrio Nero

Clamo pelas verdades, não mais, relativas
Num abismo às margens do amargor absoluto
Que é minha, acorda, vívida sobrevida

Falseando toda orfandade malquerida
Situando, pois, num entrementes e contudo...
Dedilho-me, um vodu das moiras e feridas

  • Autor: Breno Pitol Trager (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Agosto de 2022 14:13
  • Comentário do autor sobre o poema: Nenhuma palavra do mundo descreverá a dor e o desejo por justiça de saber que sou fruto de um estupro numa mulher esquizofrênica por um ladrão!
  • Categoria: Perdão
  • Visualizações: 21

Comentários2

  • Maria dorta

    O melhor e mais sábio caminho é do perdão. Para a mãe,compaixão e ajuda psicológica. Você tem uma vantagem: tem arte e sabe fazer boa poesia. E o resto, a vida vai ensinando. Aplausos!

  • Shmuel

    Uma poesia inteligente com referências clássicas.
    Abraços ao poeta!



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