Breno Pitol Trager

Violinar-te

Não quero seu apedrejo pelo que não fiz
Honrarias pelo que massageia meu ego
Quero, isto sim, ser um exímio espadachim
Na esquiva da esgrima, mesmo nascido cego

Não quero morrer por um fio, esquizo triz
Vestindo-me anisanto colar num bolero
De lutos risonhos, de ladrão e meretriz
Meus pais que violinam à lá ébrio Nero

Clamo pelas verdades, não mais, relativas
Num abismo às margens do amargor absoluto
Que é minha, acorda, vívida sobrevida

Falseando toda orfandade malquerida
Situando, pois, num entrementes e contudo...
Dedilho-me, um vodu das moiras e feridas