Último trago

Luiz Rossini

Em uma noite de quarta,
Eu ando pela estrada;
Desnorteado, quebrado, partido
A beira de um surto nada coletivo

Na parada, na estrada,
Na mão, uma arma,
Ela mata, não dispara, 
Das cinzas, atira brasa

Mas que se exploda,
Foda-se o patrimônio
Que nesse fogo do inferno
Vire o mais belo pandemônio

Porque dessas cinzas eu traguei,
Vi que um dia te amei,
Assim como eu te chamei,
Eu friamente o apaguei

Ela vai mudar por mim
Luz de um Querubim
Mas não dê "tim-tim"
Enquanto não chega ao fim

No seu amor tátil,
Tudo que vem fácil,
Do seu amor sápido
Vai embora rápido

Por mais uma noite vou tragar,
Não me peça pra ficar,
Do seu amor quero provar,
Mas não me peça pra ficar

Até o último trago,
Vivemos solenemente 
Por que o cigarro?
Porque mata lentamente

L.R.

  • Autor: Luiz Rossini (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de agosto de 2022 16:08
  • Comentário do autor sobre o poema: Melancolia, amor e cigarro.
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 46
  • Usuários favoritos deste poema: Sara Stefanie


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.