O insensato e violento,
tem o raciocínio lento,
e um coração pequeno.
Quando irritado fica fula,
é usuário de uma expressão chula:
- Aceita, que dói menos!
Não se importa com a verdade,
se entope de vaidade,
de sua boca só sai veneno.
Quando fica ofendido,
é usuário de uma expressão de bandido:
- Aceita, que dói menos!
E se não bastasse a ignorância,
é detentor da intolerância,
e se sente perfeito, pleno.
Quando é desmascarado,
é usuário de uma expressão de tarado:
- Aceita, que dói menos!
E para o que se sente soberano,
fica o registro de que o engano,
sempre leva ao fracassso,
e o aceita, que dói menos,
pode ser injetado feito um dreno,
numa resposta ao viver devasso.
E contra toda esta carniça,
nada melhor que a justiça,
para tornar o mundo mais sereno.
Quando, então, o respeito for mútuo,
não mais se ouvirá uma expressão do inculto:
- Aceita, que dói menos!
E que essa expressão usada tão sicária,
tão cretina, vil, medíocre, pária,
seja subtraída do nosso existir,
e que uma nova expressão,
seja aceita com a melhor compreensão:
- Aceita, se isso lhe convir!
Colocando cada um no seu lugar,
mostrando o que significa aceitar,
e que ninguém mais se silencie.
Assim, quando perceber o perigo,
não dê chance ao inimigo,
não tem essa de “aceita” - Denuncie!
Mas, se um dia, entender o significado,
do expressar, hoje, tão mal usado,
aceita, que dói menos,
compreenderá, então, que as dores da vida,
podem ser sentidas e vividas,
quando o ambiente é harmônico, é ameno.
Aí, o aceita, que dói menos,
vai fazer parte do terreno,
em que a liberdade será a vitória,
e o não aceitar o preconceito,
será o melhor dos preceitos,
pra se estabelecer a verdadeira história.
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 19 de agosto de 2022 10:00
- Comentário do autor sobre o poema: O uso indevido, ilógico, ignóbil da expressão "Aceita, que dói menos", por uma parcela de ditos cidadãos que "pejorativamente" a utiliza, como resposta ao delituoso e culposo proceder, provocou em mim a necessidade de colocar "às claras", poeticamente, dentro meu parco conhecimento, uma reflexão quanto ao mal e bom uso da expressão. Bem assim, e antes que a adjetivação se dê inoportuna, o propósito é humanamente singular, sem a pluralidade dos enquadramentos.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 14
Comentários1
Uma lição de semantica expressa de modo poético,além de mostrar o poeta_ cidadão dando lição ,bem oportuna, de conhecimento das leis vigentes,esclarecendo os que são cegos pela ignorância,pela pequenez de um ser que ,não sabe nem se auto_ respeitar ao estigmatizado os demais seres humanos. Poema perfeito. Chapéu e aplausos de pé!
Maria dorta, como sempre pontualíssima na suas considerações. Obrigado, pelos comentários. Abraços.
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.