O insensato e violento,
tem o raciocínio lento,
e um coração pequeno.
Quando irritado fica fula,
é usuário de uma expressão chula:
- Aceita, que dói menos!
Não se importa com a verdade,
se entope de vaidade,
de sua boca só sai veneno.
Quando fica ofendido,
é usuário de uma expressão de bandido:
- Aceita, que dói menos!
E se não bastasse a ignorância,
é detentor da intolerância,
e se sente perfeito, pleno.
Quando é desmascarado,
é usuário de uma expressão de tarado:
- Aceita, que dói menos!
E para o que se sente soberano,
fica o registro de que o engano,
sempre leva ao fracassso,
e o aceita, que dói menos,
pode ser injetado feito um dreno,
numa resposta ao viver devasso.
E contra toda esta carniça,
nada melhor que a justiça,
para tornar o mundo mais sereno.
Quando, então, o respeito for mútuo,
não mais se ouvirá uma expressão do inculto:
- Aceita, que dói menos!
E que essa expressão usada tão sicária,
tão cretina, vil, medíocre, pária,
seja subtraída do nosso existir,
e que uma nova expressão,
seja aceita com a melhor compreensão:
- Aceita, se isso lhe convir!
Colocando cada um no seu lugar,
mostrando o que significa aceitar,
e que ninguém mais se silencie.
Assim, quando perceber o perigo,
não dê chance ao inimigo,
não tem essa de “aceita” - Denuncie!
Mas, se um dia, entender o significado,
do expressar, hoje, tão mal usado,
aceita, que dói menos,
compreenderá, então, que as dores da vida,
podem ser sentidas e vividas,
quando o ambiente é harmônico, é ameno.
Aí, o aceita, que dói menos,
vai fazer parte do terreno,
em que a liberdade será a vitória,
e o não aceitar o preconceito,
será o melhor dos preceitos,
pra se estabelecer a verdadeira história.