O AMOR E O MEDO

Edla Marinho



 

O medo cala, tira a sensatez e a razão, paralisa a mente que fica, da verdade, descrente. 
O medo é cárcere à alma e coração. Torna- se tolo o que vive aprisionado, os pés usa em lugar das mãos, fazendo do direito à palavra insulto e humilhação. Por medo atropela-se o melhor sentimento,  vive - se em tormento por algo do passado. 
O medo traz espinhos em lugar de flores e faz as tardes gris, apaga o arco-íris... 
O medo cega, inventa visões, imagens distorcidas, dando como certo um errado pensamento, põe nos lábios palavras de ironia, aproveita o momento ... a vez para sentir-se melhor  e dançar a valsa da impaciência e antipatia. 
No trono de sua competência e orgulho agride a quem julga inferior. 
É próprio de quem teve um grande dissabor ter medo até de uma flor, ou de uma amizade sincera e verdadeira. 
Foge - lhe o raciocínio como se ainda fosse um menino, em sua precipitada defesa ataca antes de pensar... 
É assim o comportamento de quem carrega no peito o medo. 
Mas o amor... Ah! O amor... 
"O amor lança fora o medo"
Está no amor a explicação, a empatia e amizade! 
Até as rimas de poesia e a inspiração de cada dia são frutos deste sublime sentimento. 
O amor liberta, põe cores à vida e acalma a alma. 
O amor  cristão, que nasce na eternidade divina não julga... Não condena, nem o injusto. 
"Ainda que eu fale a língua dos anjos de nada me valerá se eu não tiver amor". 
Amar ao próximo como a si é de muita grandeza, é ver além... É rir da tristeza, e pintar de beleza até as manhãs sem sol. 
Amor ao próximo é dom supremo, é mandamento. Amor de amigo, entende... Acolhe, a mão não encolhe e respeita as diferenças, as fragilidades do semelhante. 
Erro involuntário não é passível de punição, quando Deus está no coração. Para o amor não há pena, seja philia, storge, e até mesmo o eros. O amor é de coração pra coração!
O sacrificial, como exemplo a ser seguido, o maravilhoso amor Ágape .
"O amor lança fora o medo!" 
O medo que faz do sábio prisioneiro é o oposto do amor que liberta o símplice  em sua sua humildade precisa ser vivido e não apenas falado, pois não é teorema, e mesmo quando é da poesia o tema, é preciso que seja empático deslize nas ondas do mar de bem querença...

 

Edla Marinho 

25/05/2022

  • Autor: Edla Marinho (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 11 de agosto de 2022 12:34
  • Comentário do autor sobre o poema: Com a maturidade, com as experiências boas e até as ruins, aprende - se que muita gente só vê maldade nas atitudes simples, até mesmo algum pequeno descuido, porque tem medo. O medo cega, distorce a verdade, coloca a pessoa tão na defensiva que a faz julgar e condenar o outro, como se fosse a ele superior. Melhor exercer simpatia e amor por pessoas assim e jamais lhes desejar o mal. O amor é sempre o melhor caminho para entender certas circunstâncias...
  • Categoria: Reflexão
  • Visualizações: 20
Comentários +

Comentários6

  • Hébron

    Muiyo bonito, Edla!
    Um amigo diz que o contrário do amor é o medo... e eu concordo com ele.
    Abraço

    • Edla Marinho

      Seu amigo está certíssimo, Hébron. O medo é um leão que ruge ferozmente tentando destruir o amor; este tem o poder de acalmar a alma.
      Grata por sua interação, amigo poeta.
      Meu abraço.

    • Shmuel

      Nobre colibri, tanto se fala do medo que até já perdi um pouquinho do meu! Mas você com a tua sabedoria discorre firme, sobre o medo e seu contra-ponto - o amor!
      Adoro ler a princesa Nobre Marinho.
      Boa tarde!

      • Edla Marinho

        Obrigada Shmuel, seu comentário me incentiva a continuar me opondo aos meus medos e tentando entender o medo dos outros. Este exercício reflexivo é fruto do que presencio na vida do meu semelhante, como também, ao longo desta minha vida, às vezes sendo , às vezes, mal interpretada.
        Meu abraço.

      • Maria dorta

        Uma reflexão sob forma de prosa poética e quase profética. A fusão da filosofia de vida com a poesia que te habita. Aplausos de pé!

        • Edla Marinho

          Maria Dorta, querida poeta, amo os sonetos, os quais insisto em tentar aprender, mas gosto também das prosas... É mais fácil exercitar reflexões usando este recurso, não é?
          Grata por sua presença e comentário, são pra mim de grande valia e incentivo.
          Meu abraço

        • LEIDE FREITAS

          Cara poeta Edla Marinho, deusa olimpiana, parabéns por excelente discurso sobre as consequências do medo e a grandeza do amor. Concordo plenamente com tuas sábias palavras. Obrigada por compartilhar conosco, simples mortais. Foi um prazer ler-te.

          Boa noite e até breve!

          • Edla Marinho

            Fico deveras comovida, querida Leide, por tão carinhosas palavras.
            Fico feliz em saber que minhas considerações sobre este tema tão costumeiro , nem sempre comentado, não é?
            Muito obrigada, do fundo do coração, meu abraço!

          • @(ND)

            Linda reflexão Edla, falar do amor é sublime até na reflexão, amei ler-te. Obrigada! Bom dia!

            • Edla Marinho

              Boa noite, amiga Neiva.
              Fico feliz que tenha gostado. Às vezes é preciso abordar certos temas, não é?
              Tem gente que passa por algum dissabor que deixa um trauma tão grande que tem medo de que se repita e isto impele a pessoa a julgar sem pensar.
              Grata, meu abraço!

            • Antonio Olivio

              Edla , você sempre trás este mergulho profundo nos temas mais importantes.
              Desta vez você trouxe o amor e o seu antagonista medo.
              Quando a gente abre mão do amor , outros sentimentos toma conta da gente e o medo é aquele que nos lança a paralisação da alma e nos enterra na escuridão!!

              • Edla Marinho

                Boa noite, Antônio Olivio, grata por sua interação.
                É bem essa verdade: o medo é contrário ao amor. O medo faz a pessoa desconfiar até das amizades, distorce as verdades...
                Grande abraço!



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