Um dia vai, um dia vem,
um dia é mil, outro dia é cem.
Um dia diz, um dia cala,
um dia é lixo, outro dia é gala.
É sempre o mesmo,
quando se tem medo,
se dorme tarde, não acorda cedo,
se come muito, não é azedo.
É sempre assim,
quando se tem temor,
se murmura muito, é um amador,
se enraivece, vira um terror.
Um dia brota, um dia murcha,
um dia é magro, outro dia é bucha.
Um dia serve, um dia manda,
um dia é solo, outro dia é banda.
É sempre tempo,
quando se tem conversa,
se muda a prosa, é vice-versa,
se toma tento, logo dispersa.
É sempre cansativo,
quando se faz drama,
se faz calor, só reclama,
se faz frio, não sai da cama.
Um dia adia, um dia ondeia,
um dia solta, outro dia é peia.
Um dia prende, um dia solta,
um dia é bonança, outro dia é revolta.
É sempre desse tipo,
quando se contrata,
se faz malfeito, só maltrata,
se faz de conta, é só bravata.
É sempre nesse tom,
quando se vence,
se faz de forte, só convence,
se faz de fraco, é só suspense.
Um dia nota, um dia ignora,
um dia se envolve, outro dia namora.
Um dia abraça, um dia briga,
um dia é carinho, outro dia é intriga.
É sempre nessa ordem,
quando se quer bem,
se há beijo, não há desdém,
se há poesia, aí é um “trem”.
É sempre lindo,
quando se ama,
se há interesse, o coração inflama,
se há reciprocidade, acabou-se o drama.
- Autor: Marcelo Veloso ( Offline)
- Publicado: 1 de agosto de 2022 09:35
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 12
Comentários1
As alternâncias do ser nas variações do momento. Felicitações pela poesia
Obrigado, Lilian Fátima, pelas felicitações. Abraços.
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