Os sapatos e o felizardo Zé
vai calçando eles nos pés
Foi palmilhando...
e cantando para Sinhá Filó
Um sapato em pedaços...
ele deixou no tororó
Quer cerveja gelada Professor
Um gole tem seu valor
ele enche o copo...
toma como se tomasse água
Vai bebendo...
sofrendo ele afoga sua mágoa
Zé aparece com sapato novo
Galanteador saúda o povo
Zé diz cantando...
meu sapato no tororó deixei
Sinhá Filó, Sinhá Filó...
essa linda morena achei.
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 29 de julho de 2022 00:33
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “ Os Sapatos do Zé”, para refletir a consonância estética com relações da literatura e a música na produção poética. Se observarmos a homologia formal entre “Perisséia” e “Macunaima”, temos o uso do procedimento da sobreposição entre elementos de ordens culturais diferentes. A “Perisséia”, samba Rap de Tom Zé, ele canta versos como esses: “Sabe com quem tá falando?” - “Eu sou amigo do Rei.” – “Que importa o nome que eu tenho”, já em Macunaíma, de Mário de Andrade, podemos ler frases como essas: “Ai, que preguiça!” -“O herói sem nenhum caráter”. Isso é capaz de nos mostrar que a comparação entre realizações de campos artísticos diversos pode ser um modo produtivo para entendermos melhor suas especificidades. Enfim, a disposição estética da obra sempre pode nos ofertar uma chave de interpretação para a realidade em que vivemos. Boa leitura da minha poesia, que transita entre a literatura e a música.
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 21
Comentários2
Parabéns pela junção,em teu poema da música e dos ditos populares pois aí residem a alma do povo braseiro. Aplausos!
Obrigado poetisa Maria dorta, o endosso de suas palavras é inspiração para continuar escrevendo poemas como esse.
Forte Abraço!
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