Elfrans Silva

E EU AQUI CHORO POR ELA

Na varanda da casa soluço em pranto
Pequeno infante deitado no banco
Chamando por ela, doadora da vida
Meu choro parece que vai e que vem
No mundo afora e não acha ninguém 
Sem saber também o porque da partida 

As horas perpassam, não é esquecida
Insisto chamar com minh''alma dorida
Na noite vazia me falta acalanto,  
A saudosa cantiga do "nana neném"
Que anjos do céu cantavam também 
Em coro com ela, o Anjo mais Santo

O vento e o balanço no pé de amora
Brincam sózinhos, nas tardes, lá fora  
Esperando, quem sabe, afetiva criança
Foi o dia mais triste que anoiteceu
Uma noite infeliz que amanheceu 
Dos dias que marcam minha lembrança 

Pequeno demais pra saber e entender
Que nada no mundo é querer e poder
Se a vida nos dá, também pode tomar
O tempo é cura pra sanar, se preciso
Se'eu não me achar detentor do juizo
Ou adulto demais pra querer aceitar 

Distante da mãe, e a mãe do seu filho
A rainha sem lar, a semente no exílio
Esperando que um dia a sorte mudasse
E numa manhã sem ninguém esperar
Ela aparece, decidida a ficar 
Olhar cabisbaixo e o cansaço na face

Neguei meu abraço, reprimi a emoção 
Não olhei para o céu nem dei gratidão 
Fui mau o bastante pra não perceber
Que no meu presente estava o passado
(Razão do meu pranto, não consolado)
E que eu poderia, outra vez, reviver 

Como eu poderia ter negado guarida
À quem no seu ventre me deu acolhida
Pra que'u pudesse formar-me completo?
Na involução dos meus pensamentos
O agir de Deus mudou meu sentimento 
Pra viver junto à ela e sob o mesmo teto 

0 perdão liberal curou nossas feridas
Pra gente viver o melhor desta vida
Com dignidade de estar em família 
A mesa foi simples, simples seu leito
O amor foi a base e fez tudo perfeito
Maior que riquezas, bens e mobílias 

Quando de novo a gente estava feliz
Um golpe na alma abriu a cicatriz
O grito de dor e o seu corpo no solo
Assim começou o derradeiro adeus
Perdia de novo, a luz dos olhos seus
Perdi seu sorriso, seus beijos, seu colo 

A sina me assola de forma nefanda
Na mente me vêm a casa, a varanda
Os dias sombrios que chamava por ela
Repete-se as dores de tanta saudade
O vazio na alma que não vê claridade 
Do sol que jamais transporá a janela 

Perdõe de novo, meus erros mãezinha 
Tu sempre serás, deste lar; a rainha
Orgulho do filho que externa um canto
Nas notas possiveis do meu coração 
Suspiro com honras na minha canção 
Se ouso falar deste amor puro e santo

  • Autor: Elfrans Silva (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 26 de Julho de 2022 20:52
  • Comentário do autor sobre o poema: Que saudades de minha mãezinha ! Falo nestes versos dos dias mais difíceis que já vivi nesta vida. Ela partiu para a glória com Deus. E eu aqui choro por ela
  • Categoria: Família
  • Visualizações: 27


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