Perco em mim
as letras que eu queria colocar
Tecer poemas até eu me desvendar
Quisera que a vida fosse um grande sarau
Mas está mais para uma incessante vitrine
Uma revista de fotos editadas
De pessoas irreais
De sentimentos maquiados
Quisera eu fazer do tempo meu aliado
E ficar tecendo poemas ao seu lado
E entre uma rima e outra
Seus beijos
E entre um enigma e outro
Seus anseios
Meus anseios
As vontades loucas que temos de viver o agora
Quando o algoritmo imprime apenas passado ou futuro
O que você precisa comprar
O que você precisa ter
O que você precisa mostrar
E pouco importa o que você venha a ser
Não estou falando que sou mocinho
Só por querer viver de escrever
E de sentir intensamente a vida
A indústria da fachada também me engoliu
Mas as vezes no caminhar da manada
Eu canso de sentir o chão frio
E estico o pescoço
Estico o meu pescoço Varonil
E aprecio o céu estrelado do Brasil
Posso estar pisando na bosta
Mas meus olhos almejam aquilo que ainda não se viu
- Autor: Poemas de Clarice (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 23 de julho de 2022 23:39
- Categoria: Reflexão
- Visualizações: 13
Comentários1
Belo poema, parabéns poetisa, bom dia cheio de inspirações, abraços poéticos.
Muito obrigada. Ernane. Boas inspirações para nós. Abraço!
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