O voar dos pássaros e o vento já não confortam-me mais
Vejo grandes prédios distantes, frios, úmidos
A chuva já não rega minhas plantas, as abelhas sumiram
As avenidas, lotadas, deixam-me sozinho.
Metrópole de sonhos bêbados deixados à calçada
Um carro novo, uma casa própria, um amor e uns filhos
Bitucas de cigarro, poças d'água, gente apressada
Vejo um homem cair de bêbado
abrir a cabeça na calçada.
Vejo-me preso a essa morada civilizada
Não há tempo para amar, quem dirá para sonhar
Não há tempo de comer, quem dirá então morrer
Vejo-me solto a multidão, sem razão, só razão.
O ser vivaz já não há.
- Autor: João Fraga ( Offline)
- Publicado: 11 de julho de 2022 10:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 10
Comentários2
O bêbado e o poeta... tontos, livres e soltos na bagunça do dia a dia!rs Muito bom, João! Um bom dia!
Profundo e reflexivo! Um poeta em ascenção. ?
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