Poeira

Helio Valim

 

Por que varrer a poeira,

se nova camada, no ar,

espreita sorrateira,

para, então, se acomodar?

 

Sem pressa, sem zoeira,

deixe a poeira assentar,

não há motivo para apressar,

o tempo a amalgamar.

 

Cada grão fixa uma imagem,

onde miragens interagem,

como lembranças e saudades

vividas em várias realidades.

 

Não ceda ao ansiado prazer

de impulsivamente varrer

a poeira para debaixo do tapete

das memórias, sutis lembretes

perdidos no tempo presente.

 

Rompa esse tabu intocável,

guarde a poeira da vida,

tal qual um bem venerável,

pois, contém e olvida

fugaz memória implacável.

  • Autor: Helio Valim (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de junho de 2022 19:03
  • Comentário do autor sobre o poema: Prestigie: https://kotter.com.br/loja/isolamento-do-caos-ao-imaginario-helio-valim/
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13
Comentários +

Comentários1

  • Helena Rodrigues

    Belíssimo poema meu caro Poeta,
    Tão subtilmente escrito... Tudo mas tudo, faz parte da nossa existência... As poeiras, as leves brisas de cheiro adocicado, etc, etc...
    Belo poema, com um toque especial de conselho, para bons entendedores...!
    Grande Abraço Poeta Valim

    • Helio Valim

      Olá, Helena
      Obrigado pelo gentil, generoso, poético e sensível comentário.
      Um grande abraço



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