Oscar era paulistano, nascido e criado no bairro da Moóca. Sempre falastrão e falador, gabava-se por ter uma arma, sim ele tinha uma pistola semi-automática.

Sempre que bebia tornava-se valente, gritava na porta do bar aos 4 ventos, que não tinha medo de homem nenhum. Discutia com todo mundo que fosse contrário as suas estúpidas idéias e ao menor sinal de perigo, ele punha a mão na cintura, dando a entender que sacaria o revólver a qualquer momento. Era temido e desrespeitado, pois pelas costas o chamavam de idiota e imbecil, pois apesar de nunca ter matado ninguém, ameaçava todo mundo.
Mas eis que a vida lhe armou uma surpresa, pois aqueles cabelos pretos escorridos, olhos castanhos, corpo de violão e 1,52cm de altura,  derreteu seu coração. Os encantos e mistérios daquela linda baixinha o tinham deixado meio bobão. Sim, pois Oscar não media esforços para satisfazer os desejos de sua musa, gastava até o último centavo do pagamento para financiar sua paixão. Diná era histérica e gritava muito, ele não aceitava, mais também não reclamava, as vezes levava até uns tabefes. Sempre relevava, pois dizia pra si mesmo que ela era geniosa. Oscar nunca vencia uma discussão, por que ao menor sinal de argumentação, ouvia sempre um sonoro cala a boca idiota.
Um dia Oscar tomou a pior decisão da sua vida, assim como fazia no bar, pôs a mão na cintura, ameaçando sacar a arma. Os olhos de Diná ficaram vermelhos de tanta raiva e sem dizer uma palavra foi pra cozinha. Preparou uma caipirinha bem forte. Beberam juntos, se amaram e quando adormeceu na cama, Diná calmamente pegou um bisturi e cortou a garganta do seu amado. Triste fim de mais um valentão. Quando sua família veio reconhecer o corpo no IML, foi entregue seus documentos e para surpresa de todos uma arma de plástico.