Caboclo tem vida dura
No campo não é moleza
Chega da roça já escuro
O jantar já está na mesa
Franguinho feito na hora
Pela Senhora Tia Tereza
Cozido a lenha no fogão
Servido à luz de lampião
Com cheiro da natureza
Depois do jantar à prosa
Sobre tempo e plantação
Ouvindo o rádio de pilha
Notícia sobre a previsão
Há chuva vindo do Norte
Sobe as águas do ribeirão
O caboclo vai à pescaria
Na costa do rio só alegria
Peixe ali pega de montão
Há lembrança lá do campo
Que o caboclinho remoça
Lembra dos bois de canga
E dos rangidos da carroça
Da velha casa abandonada
Quase perdida na palhoça
Saudades perpassa o peito
Da enxada carpindo o eito
A donde era feita a roça
O caboclo é que representa
O caiçara, curiboca, caboco
Indígena de pele acobreada
Miscigena surgiu aos poucos
Do índio e o branco europeu
Tal qual os brotinhos no toco
Das pedras no açude de taipa
Cravadas no chão são marcas
Da força do homem caboclo
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 17 de junho de 2022 14:35
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “Caboclo” em homenagem ao homem brasileiro, que foi gerado a partir da miscigenação de um índio com um branco. Este nome também é usado para adjetivar a figura do homem do sertão brasileiro, também chamado de mameluco, caiçara, cariboca, curiboca e caboco. O caboclo é uma das "sub-etnias" que existe no Brasil e que se originou a partir dos processos de miscigenação que ocorreram no país durante o período da colonização
- Categoria: Não classificado
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