Medo sem instruções de uso

dpesteves

A cada dia, a cada exalação

componho-me de medos

opera triste imaculada

subjugado de entre todos 

pelo rei dos medos

o temor a perder sem refutar

e não me refiro à derrota

em que alguém vence

a minha fobia é maior

senão à singularidade

de possuir indiferente

e não ter mais de repente

não me refiro ao abstrato

ato de ter algo

pois nada se perde

mas sim a dor de mim

é perder alguém

muitos alguéns

todos

até ninguém restar

quiçá

perder-me a mim mesmo

quem sabe?

 

 

  • Autor: dpesteves (Offline Offline)
  • Publicado: 14 de junho de 2022 20:12
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 15


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.