A cada dia, a cada exalação
componho-me de medos
opera triste imaculada
subjugado de entre todos
pelo rei dos medos
o temor a perder sem refutar
e não me refiro à derrota
em que alguém vence
a minha fobia é maior
senão à singularidade
de possuir indiferente
e não ter mais de repente
não me refiro ao abstrato
ato de ter algo
pois nada se perde
mas sim a dor de mim
é perder alguém
muitos alguéns
todos
até ninguém restar
quiçá
perder-me a mim mesmo
quem sabe?