Victor Severo

Enxurrada.

Cai a chuva, e a água vem.

Para afogar o povo.

Ilhar os que nada tem.

Até aí nada de novo.

 

Vem o sol secar a lama.

Jaz o povo sem abrigo.

E a encosta se derrama.

Formando frio jazigo.

 

Vive e morre feito rato.

Afogado, mal nutrido.

Indigente, só, de fato.

Pela vida preterido.

 

Eis que nasce um novo povo.

Que a vida irá torturar.

Para se afogar de novo.

Na chuva que de novo virá.

  • Autor: Victor Severo (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Junho de 2022 10:02
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 4


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.