Cai a chuva, e a água vem.
Para afogar o povo.
Ilhar os que nada tem.
Até aí nada de novo.
Vem o sol secar a lama.
Jaz o povo sem abrigo.
E a encosta se derrama.
Formando frio jazigo.
Vive e morre feito rato.
Afogado, mal nutrido.
Indigente, só, de fato.
Pela vida preterido.
Eis que nasce um novo povo.
Que a vida irá torturar.
Para se afogar de novo.
Na chuva que de novo virá.