Antropófago devoto
Mordo o corpo
devoro a carne
cuspo o sangue
lavo as mãos
Arrependido
com sentimento
sou penitente
por confissão
Leio o verbo
ajoelho e rezo
há esperança
na ressurreição
Perdoado
brindo à vida
bebo o vinho
como o pão
Tenho fome
lambo os lábios
escolho a vítima
tudo em vão
- Autor: Altofe (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 25 de maio de 2022 09:04
- Comentário do autor sobre o poema: Esta crítica ficcional escrevi a algum tempo atrás, sobre as pessoas que erram, são perdoadas e sem remorso voltam a cometer os mesmos erros, mas depois de ver a notícia a seguir acho que se aplica perfeitamente à realidade. >> >> >> >> “Um júri popular condenou nesta terça-feira (24 de maio) um homem conhecido como o “Maníaco da Torre” que matou ao menos seis mulheres na cidade de Maringá/PR entre os anos de 2005 e 2015 (há a suspeita que ele possa ter feito até 13 vítimas desde 2001). Segundo seu depoimento, ele matava garotas de programa porque tinha “ódio de prostitutas”, já que sua mãe tinha sido garota de programa que também havia sido assassinada. Sempre matava por estrangulamento/asfixia, deixando os corpos nus, de barriga para cima, no meio de plantações e embaixo de torres de transmissão de energia, confessou que após arrumar cuidadosamente os corpos cruzava as mãos das vítimas em cima do corpo e rezava pedindo perdão e por isso sente-se absolvido.” (Diário do Norte – PR) >> >> >> (na imagem – gravura em óleo sobre tela de Lucian Freud, Small head 1973-74). >> >> >> PS.: a falta de ponto final é proposital.
- Categoria: Não classificado
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Comentários1
Sintetizas com beleza,arte e precisão uma perversão da vida humana: o assassinato. O criminoso pode até ter sua auto_ explicacao, mas é um doente. Precisaria ser medicado,ajudado e se fosse o caso,separado da sociedade. Seus versos brancos exprimem o lado escuro da alma desse homem que se julga até absolvido pelo crime hediondo, para o qual é de novo atraído. Poema social!Aplausos!
Muito obrigado por sua cuidadosa leitura e por seu generoso comentário, estimada poeta, mas é fato que existem criaturas bestiais por aí fazendo o mal aos viventes de paz. Tive o cuidado de suprimir o nome desse assassino do texto da reportagem que reproduzi nos comentários, em respeito às vítimas e para que o mesmo não ganhe crédito por sua maldade e seu nome fique perpetuado na história. Abs.
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