O ELO INVISÍVEL

eduardo cabette

Um dia lançou seus olhos ao horizonte

e lá, onde o nada se pintava de azul,

deitou sua alma à espera de todos os mistérios.

E as nuvens vermelhas do sol poente

eram como labaredas de um fogo

que se guiava ao fim do que nunca fora,

mas devia ter sido.

Nas trevas da noite mansa e implacável

não descansava o destino entre estrelas e lua,

antes no perfume das flores sob as sombras

que o notívago, entorpecido pela escuridão de si mesmo,

se não apercebeu.

Quando ele menos esperava, explodiram suavemente,

as primeiras luzes da aurora,

fugidias à sua mente vazia, dispersa no suco amargo

da ignorância.

Baixou então sua fronte e pisou raivosamente

o solo úmido do beijo apaixonado de todas as manhãs,

como quem despreza um tesouro

por sentir-se inferior a ele.

Entretanto, do seio do inesperado saltou,

leve e contundente,

a verdade

que de tão simples,

jamais foi compreendida.

  • Autor: eduardo cabette (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de maio de 2022 14:23
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9


Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.