Conclusão

Doloroso

Aonde o vento me trouxe 

Eu não queria vir. 

O que meus olhos me mostraram 

Eu não queria ter vivido. 

Em minha casa, portas e janelas 

Prendem-me; deixam entrar o ar que me sufoca. 

Em minha prisão sem muros, 

A dor é meu carcereiro. 

No céu há um buraco negro:

Havia lá um astro brilhante 

Que queimou até sua extinção. 

O vazio grita ecoando pelo universo. 

Não há flores nos campos, 

Apenas a relva tornada cinzas 

Pelas estrelas que caíram.

Uma estrada deserta margeando um rio de lágrimas

Serpenteia a alma,

Lugar de abismos profundos

E feridas incuráveis.

Quem esvaziou as ruas ao meio-dia?

Quem preencheu todos os espaços com nada?

Quem perturbou a esperança

E fez tudo ser dor e raiva?

Quem levou tudo,

Esquecendo a amargura como erva daninha? 

Nem mesmo um pranto a descer pelo pelo rosto;

Nem mesmo uma sarjeta para sentar e lamentar.

A felicidade se tornou uma serpente

Que se escondeu em alguma toca

Protegendo-se da aflição dos lúcidos.

A tristeza é como um pesadelo 

Que se tem acordado.

Seria o sono da morte um despertar? 

  • Autor: Doloroso (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 23 de maio de 2022 16:41
  • Categoria: Triste
  • Visualizações: 9
Comentários +

Comentários1

  • Antonio Olivio

    Esta é mesma pergunta dos filósofos, meu amigo os teus questionamentos para pela ciência , pela filosofia e pela poesia!
    Parabéns por mais este poema cheio de reflexão e beleza!



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