Distância sombrear da alma
Qual trauma do descontínuo
Num palmilhar sem destino
Há passos sem textualidade
Quem parte dá-te as costas
Quem fica não tem resposta
Nos átrios pulsam saudades
Aqui onde a terra se acaba
Ali é onde o mar principia
Camões escreve isso um dia
Em seu perceber profundo
Do mar que segue em frente
Levando os átrios da gente
Pra outra parte do mundo
Distância é como um túnel
Qual ensombrecer da retina
Vulto por detrás da cortina
Ofuscar do mais importante
Fugidio da imagem da vida
Tudo muda com uma partida
É intervalo de dois distantes
Na distância se tem sonhos
Mas não se tem a realidade
Quem vai só deixa saudade
Qual ser e estar que já era
Quem fica tem a consciência
Tê-la só em correspondência
Mundo virtual sem matéria
-
Autor:
Arlindo Nogueira (Pseudónimo (
Offline) - Publicado: 11 de maio de 2022 01:05
- Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a Poesia “A Distância” no sentido falar da separação de duas pessoas, onde ambas forem muito próximas. Segundo Maria Dionisio, “a distância entre o FALAR e o FAZER é tão grande, mas tão grande! Que cabe uma vida entre eles”. À distância de alguém sempre é melancólica, quando esse alguém vai embora deixa cicatrizes de saudades. Na música “à distância” de Roberto Carlos, na segundo estrofe ele escreveu a letra assim: “Quantas vezes eu pensei voltar”, “E dizer que o meu amor nada mudou”, “Mas o meu silêncio foi maior”, “E na distância morro todo dia sem você saber”.
- Categoria: Amizade
- Visualizações: 24
Offline)
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.