Antonio Olivio

Bala perdida

Voa pela cidade,  impassiva, 
Deixas um rastro de luz no céu,
Medonhos gritos, pulam das bocas, Arrastas o vácuo  e vem;

Não sabes de mim,
Se tenho  10 , ou 12  
Se gosto de futebol,
Ou de dançar, ou  cantar ;


Não sabes do meu  futuro,
Se estudo , ou pratico esporte,
se tenho sonhos secretos,
Se tenho  amigos;

Não conhece minha vontade imatura ,
Não pode ver minha felicidade ,
Minha gargalhada contagiante       ,    minha namorada que ainda não tenho

E assim sem saber nada  de mim,
Você se encontra comigo,
Tão de repente , pelas costas,
Rompe a minha carne ,
Derrama  meu sangue ,
Quebra meus ossos,
Atravessa meus órgãos, 
Interrompe meus sonhos,
Leva minha vida...

  Antunes Oliveira 

  • Autor: Antonio Olivio (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 4 de Maio de 2022 20:00
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 23

Comentários5

  • LEIDE FREITAS

    Puxa! Até dói na alma contada dessa forma. Infelizmente parece ser uma realidade de algumas cidades brasileiras.

    Boa noite, poeta Antonio Olivio!

  • Antonio Olivio

    Acredite Leide , eu chorei quando vi mais esta reportagem, que se junta a tantas outras tragédias.
    Esta dor é muito forte, como se tudo estivesse perdido

  • Maria dorta

    E o pior é que,nos como vemos,até choramos, mas continuamos amorfos,sem reagir,sem iniciar um protesto e tudo continua do mesmo jeito,sem protesto ,se perpetuando. Até quando? Já está em nossa porta,matando impunimente os pobres. Um dia será um dos nossos filhos ou parente...

  • barbie negra

    Uma torrente de emoções me invadiram ao ler sua poesia...chorei,pois ouvi a voz do meu irmão...faz seis anos que o perdi...

    • Antonio Olivio

      Meus pêsames querida !
      Seu irmão deve estar em algum jardim de almas boas , de onde cuida de você e de seus familiares , já a salvo deste mundo de violência e maldades.
      Sejamos resilientes e não percamos a nossa esperança , continuemos escrevendo as nossas poesias para alertar os homens e mulheres para a empatia e o amor...

    • Vilmar Donizetti Pereira

      Infelizmente a violência está entranhada em nossa sociedade. Bom dia poeta Antônio olivio!



    Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.