Manoela

Matrioska

Sou boneca russa
Cada vez que me abro
Encontro mais uma

 

É tanta mistura
Que essa brincadeira
De ser por inteira
Tem me deixado confusa

 

Levanto a bandeira
De ser verdadeira
Mas dentro de mim
Mora uma intrusa

 

Meu corpo parece
Uma enorme república
Diferentes mulheres ele habita:
Da irônica à sensível
Da ninfo à pudica

 

Ninguém se entende
Nem se comunica
Quando uma se impõe
A outra só grita

 

Então passam os dias
E eu, paciente,
Passo o tempo
Tentando entender
Quem vai e quem fica

  • Autor: Manoela (Offline Offline)
  • Publicado: 2 de Junho de 2020 07:39
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 19
  • Usuário favorito deste poema: Jakeline Isabel.

Comentários4

  • Maria Vanda Medeiros de Araujo

    Que maravilha de escrita, poeta.
    Qual a mulher que não se ver assim? Bela analogia.

    • Manoela

      Muito obrigada, Maria Vanda!

    • Crica Marques

      Lindo texto! Muitas em uma só, assim somos, e ainda bem! Abçs

      • Manoela

        É verdade, Crica. Tantas que nos deixam tontas... Mas ainda bem mesmo, porque são elas que também nos fazem evoluir muito e nos conhecer melhor. obrigada pelo seu comentário!

      • Samuel SanCastro

        Já coleciono teus poemas! Muito bom!

        • Manoela

          Que honra, Samuel! Feliz demais pela recepção que estou encontrando aqui. Obrigada, mesmo!

        • Jakeline Isabel

          Detalhou em palavras a essência feminina.
          Eu me vi aí, muito bom.
          Parabéns!

          • Manoela

            Que gostoso saber que você se identificou! Muito obrigada!!



          Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.