Manoela

Matrioska

Sou boneca russa
Cada vez que me abro
Encontro mais uma

 

É tanta mistura
Que essa brincadeira
De ser por inteira
Tem me deixado confusa

 

Levanto a bandeira
De ser verdadeira
Mas dentro de mim
Mora uma intrusa

 

Meu corpo parece
Uma enorme república
Diferentes mulheres ele habita:
Da irônica à sensível
Da ninfo à pudica

 

Ninguém se entende
Nem se comunica
Quando uma se impõe
A outra só grita

 

Então passam os dias
E eu, paciente,
Passo o tempo
Tentando entender
Quem vai e quem fica