NUA E CRUA
 Chico Lino
 
 Risco sempre tem
 Passear na bosque
 Somos lobo também
 
 Como a lua 
 Temos uma banda
 Sombria e crua
 
 No presente 
 O passado é uma roupa
 Que vamos usando mais
 
 O conto que conto
 Dispensa acrescer
 Pranto 
 
 Enredo tortuoso
 Faz ninar 
 Menino dengoso 
 
 Era uma vez...
 
 Chapeuzinho vermelho
 É alerta contra lobos
 Esboçando metálicos
 Ortodônticos precisos
 Sorrisos
 
 Era uma vez...
 
 A bruxa antropófoga tinha casa 
 Feita à guloseima fina
 Mas salivava por João e Maria
 Seu desejo de proteína
 
 Era uma vez...
 
 No castelo de Isabel Báthory 
 Bem educada Condessa húngara 
 Nascida em 1560
 Foram encontrados corpos
 De centenas de meninas 
 Pré-adolescentes 
 Que tiveram suas íntimas partes
 Devoradas pela condessa.
 
 A medicina antes de ser Ciência
 Receitava para quase todos enfermos
 Sangue de jovens 
 Mortos com violência
 
 Na época dos gladiadores
 Comum era a invasão das arenas
 Após os "espetáculos"
 Buscavam sangue dos mortos
 Para alívio de algum mal
 
 Em conflito ou guerra
 O canibalismo foi usual
 Da Antiguidade aos Tempos Modernos
 Nos quatro cantos da Terra
 
 Europeus vieram para o Brasil
 E escandalizaram-se com a nossa nudez
 
 Tupi or not tupi
 Não é mais a questão
 
 Veja quão cultural é 
 O Manifesto Antropofágico
 
 Evoé
 Oswald de Andrade
 Meu irmão
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                        Autor:    
     
	Chico Lino (Pseudónimo ( Offline) Offline)
- Publicado: 2 de junho de 2020 00:08
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 18

 Offline)
 Offline) 
                      
			
Comentários3
Chico Lino. Extraordinário seu poema. Palmas, vivas e hurras!!!
Valeu, Cecilia... abração...
Que aula, poeta. Sensacional!
Prezada Professora Maria Vanda Medeiros de Araújo, agradeço a todos os professores por seu intermédio, muitíssimo obrigado, de coração... forte abraço...
Majestoso! Parabéns!
Valeu, Crica da Marques, forte abraço...
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