A vida não é bela assim
Em frente ao espelho
paro com olhos fechados
Vem em mim um medo que aumenta a cada suspiro
Uma sensação de que se eu abrir os olhos
o reflexo me dirar algo verdadeiro
E eu não preciso que a dura verdade seja dita
Por um momento eu viajo
Vejo-me em um teatro
Já no final da peça
Não ouço nenhum aplauso, nem mesmo um grito de desprezo
Uma apresentação tão morna
Que não merece nada de ninguém
Nem mesmo ser lembrada.
Não lembro qual foi o meu papel e nem a minha atuação
o que vejo são só rostos descontentes
Penso que se uma nova chance aparecer
vou dar tudo de mim
Vou entrar com alma
Ou talvez eu entrei
E por isso acabou assim
talvez eu não preciso deles para ser aprovado
Ou talvez eu queira ser aprovado por eles
Eu não necessito dos aplausos para viver, mas talvez seja minha vida pedindo algo para ser lembrada
Fecho os olhos e procuro algo a se agarrar
Algo que me faça ficar
Então me vejo em frente ao espelho
Agora já de olhos abertos
Não existe teatro, nem platéia, nem mesmo o palco. Não existe talento, nem homens, mulheres ou crianças.
Sou apenas eu,
Eu mesmo, eu e minha tristeza, minha tristeza esmagadora que me faz sentir vivo, sentir sóbrio de toda loucura mundana.
Cuidado!
Vivo com gotas bem pequenas de felicidade
Como pingos em meio ao deserto
Espero um dia embriagar-me
Ou morrer de overdose
- Autor: Matheus França ( Offline)
- Publicado: 26 de abril de 2022 19:24
- Categoria: Não classificado
- Visualizações: 11
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