Roberio Motta

Andarilho

E nos meus passos mais lentos

 

Mais leves

 

Sem mais a mesma pressa

 

A contemplar, pois

 

Os dormentes sob trilhos

 

No olhar o mesmo brilho

 

Tenro, doce

 

 

Sigo a estrada

 

Sigo pois

 

Pleno a pulsar

 

Sentindo as quatro estações

 

Buscando minhas estações

 

 

A sombra figueira que descansa

 

Sem o cansaço das andanças

 

Vi ao longe o que me chamas

 

O alumiar da velha chama

 

Que inda aquece a quem ama

 

 

Desci do vagão

 

Fiz pausa

 

Sentei-me a espalhar a poeira

 

Vi em cada beira as sementes que plantei

 

Algumas penduradas em estantes

 

Outras dispersas em tantas mentes

 

Fazendo coro de ciência e poesia

Que queres Figueira?

 

Me deste sombras sem sobras 

 

Brisas ao relento 

 

Vens a caminhar 

 

Fincado estarei 

 

Enquanto me empresto meus pés 

 

 

Fiz nome de rua

 

Contei estrelas

 

E vi luas nuas

 

Recomposto

 

Levantei-me

 

E segui adiante

 

Pleno, irradiante

 

Recomeçando

 

Com o mesmo brilho

 

Agora não mais só

 

Mas, com todos

 

Sementes aprendizes

 

Crescendo em outros ladrilhos

 

E eu como sempre quis

 

Andando andado ao ninho

 

Andarilho.

 

Roberio Motta

Dezenove de Um Aberto Abril no Ano de Vinte e Vinte & 2,

Estado de Graça do Cariri.

Uma homenagem ao nosso iluminado amigo e Ilmo. Prof. Dr.  Schilioma Zaterka (SP) .

 

 

  • Autor: Soldadinho do ARA-ARI-PE (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 24 de Abril de 2022 19:10
  • Comentário do autor sobre o poema: Roberio Motta Dezenove de Um Aberto Abril no Ano de Vinte e Vinte & 2, Estado de Graça do Cariri. Uma homenagem ao nosso iluminado amigo e Ilmo. Prof. Dr. Schilioma Zaterka (SP) .
  • Categoria: Não classificado
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