E nos meus passos mais lentos
Mais leves
Sem mais a mesma pressa
A contemplar, pois
Os dormentes sob trilhos
No olhar o mesmo brilho
Tenro, doce
Sigo a estrada
Sigo pois
Pleno a pulsar
Sentindo as quatro estações
Buscando minhas estações
A sombra figueira que descansa
Sem o cansaço das andanças
Vi ao longe o que me chamas
O alumiar da velha chama
Que inda aquece a quem ama
Desci do vagão
Fiz pausa
Sentei-me a espalhar a poeira
Vi em cada beira as sementes que plantei
Algumas penduradas em estantes
Outras dispersas em tantas mentes
Fazendo coro de ciência e poesia
Que queres Figueira?
Me deste sombras sem sobras
Brisas ao relento
Vens a caminhar
Fincado estarei
Enquanto me empresto meus pés
Fiz nome de rua
Contei estrelas
E vi luas nuas
Recomposto
Levantei-me
E segui adiante
Pleno, irradiante
Recomeçando
Com o mesmo brilho
Agora não mais só
Mas, com todos
Sementes aprendizes
Crescendo em outros ladrilhos
E eu como sempre quis
Andando andado ao ninho
Andarilho.
Roberio Motta
Dezenove de Um Aberto Abril no Ano de Vinte e Vinte & 2,
Estado de Graça do Cariri.
Uma homenagem ao nosso iluminado amigo e Ilmo. Prof. Dr. Schilioma Zaterka (SP) .