Arlindo Nogueira

SONHO BOIADEIRO

Ouço o som do berrante

Lá pela estrada do norte          

Uma boiada importante  

Já preparada p’ro corte

Raça só de franqueiro

Bois ligeiros tino forte

De passo lento seguindo

O instinto  pressentindo

Na curva do rio a morte

 

No passar o raso do rio

Onde a onça bebe água

Boi madrinheiro sentiu

Cheiro fresco da maiada

Refugou passar o passo

Foi fracasso na estrada

Tudo sumiu de repente

Os boiadeiros valentes

Não puderam fazer nada

 

Tropel de boi se ouvia

A poeira cobria a estrada

Na canhada e na coxilha

A tropilha era extraviada

Não tinha mais solução

Pra recuperar a boiada

Sozinho seguiu o peão

Voltou avisar o patrão

O fim de sua jornada

 

Quando amanheceu o dia

O galo cantou no terreiro

Acabando com a magia

Na fronha do travesseiro

Flash de suas andanças

Que fez o tempo inteiro

Sobrou só seu cachorro

E lembrança do estouro

No sonho do boiadeiro

 

  • Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 22 de Abril de 2022 00:20
  • Comentário do autor sobre o poema: Escrevi a poesia “Sonho Boiadeiro”, homenageando esse homem comprador e revendedor de gado; marchante, negociante. Do regionalismo: Norte e Nordeste do Brasil, homens que trabalharam, sobretudo, na condução de gado, tais como peões, laçadores, vaqueiros e tocadores de gado nos Séculos XVIII e XIX. \r\n\r\n
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 121

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