Eu nasci no inverno, mas no inverno de Minas Gerais, temperatura amena, numa manhã serena entre as montanhas de Tarumirim. Sim, cidadezinha do interior, de nome indígena, significa “céu pequeno”, mas como o inverno sereno, um local aconchegante, onde o relevo e a população formam canção e transformam céu pequeno num enorme coração.
Eu nasci em Minas gerais, um menino do interior, sempre tímido, sonhador, que corria pela rua, que fingia ir a lua, queria ser um inventor. Inventava canções de amor, rabiscava poesias de flor, e como um “Dom Quixote” tupiniquim, antes que chegasse o fim, o menino inventor entre as linhas de poesia, rock blues e utopia fez-se um dia escritor.
Eu nasci em Minas Gerais, terra de Carlos Drummond de Andrade, e um dia saí da minha cidade para o mundo conhecer. Foi através da literatura, viajando na leitura que eu consegui sobreviver! Eu já quis ser livro, ser livre como passarinho, fui menestrel e trovador, voei como beija flor nas poesias que rabisquei, e o menino do interior que nasceu num dia de inverno, de chinelo vestiu terno e espalhou o seu calor.
Eu nasci em Minas Gerais, terra de Santos Dumont, do clube da esquina, pão de queijo e da rima para o mundo encantar. Sou de Minas, falo uai, caipira da cidade, e do alto da minha idade ainda não cheguei na lua, mas sou cidadão do mundo inteiro, e quando estou na rua, nos saraus de poesia, eu sinto que contagia o meu sotaque de mineiro.
Porque eu nasci em Minas Gerais, entre montanhas abissais, plantações de café e fazendas de leite, terra de aços especiais, do ouro, de Aleijadinho, de Adélia prado e José Oiticica, terra de Atlético e Cruzeiro, do carioca Milton Nascimento, que embora nascido na Guanabara, optou por ser mineiro.
Jose Fernando Pinto
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Autor:
Jose Fernando Pinto (
Offline) - Publicado: 19 de abril de 2022 17:47
- Categoria: Amor
- Visualizações: 43
Offline)
Comentários4
E eu que sempre fui fã de mineiro,fico ainda mais encantada( se fosse possível isso!) pelo passeio proporcionado por esse talentoso mineiro por sua prosa reveladora e mais que encantadora. Vou até qualquer dia beber água em Minas,esperando me contagiar com o talento poético que parece ser coisa inata!
Gratidão querida Dorta, venha sim, vamos recebê-la de braços abertos! Obrigado pelas palavras sempre gentis com esse mineiro apaixonado por colibris! Grande abraço!
Um mineiro adolescente,tímido e pouco destemido foi meu primeiro amor nao_ concretizado. Fiquei em Minas viciada!
Minha querida, volte pra Minas, se não conseguir um novo amor, eu garanto o calor a poesia e a alegria dos mineiros, esse povo "caladin" mas que vai comendo pelas beiradas, rsrs! Grande abraço minha querida, espero um dia podermos fazer um sarau com todos os colibris, café e muito pão de queijo!
Minas sempre está a espreita. E eu matreiramente escaldada,tenho medo de sentir a mesma ferroada que fez minha alma adolescente,cair de quatro apaixonada pela mineiridade... Com a maturidade a gente sente saudade do que o tempo levou e a alma ressabiada pela incompletude amorosa,recolhe_ se cautelosa na maioridade medrosa. Sou uma mineira castrada!
Diga isso não, você é uma poetisa maravilhosa e a poesia, a paixão e o amor andam de mãos dadas! Fique tranquila, deixe sua alma adolescente apaixonar-se, pretendentes não faltarão! Grande abraço minha querida!
Sou mineiro de Pocrane , cidade bem pequenina no leste de MG. A sua poesia aflorou ainda esta mineiridade . Lindo texto obrigado pelo prazer da leitura Poeta José Fernado!!
Gratidão Antônio Olívio, somos quase vizinhos então, também moro no leste de Minas! Obrigado pela leitura e fique a vontade para comentar meus rabiscos, sou daqueles que não vive sem rabiscar um texto, rsrs! Grande abraço!
Parabéns, poeta colibri José Fernando!
Minas é realmente linda e na tua ótica ficou um primor.
Abraços!
Gratidão amigo Shmuel, sempre gentil comigo! Minas é um estado extraordinário meu amigo, falta-nos o mar chegando nas montanhas mas já existe um movimento para agregar parte do estado de Espírito Santo para solucionar esse descuido da natureza, grande abraço!
Conterrâneo, o nosso chão mineiro é lindo e inpirador, uai! Parabéns pelo poema. Um abraço poeta!
Gratidão Vilmar, é verdade, ser mineiro é tão bom que desconfio que a lua cheia se disfarça de queijo mineiro para encantar o mundo inteiro, rsrs! Grande abraço!
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