Altofe

Poeta vazio

 

Poeta vazio

Sou bardo sem  musa,
sou um poeta vazio,
todo poema que faço
mostra meu mundo frio.

Triste é o poema
que nasce sem poesia,
por melhor que seja o tema
nunca ilumina o meu dia.

Eu vomito frases inventadas,
sinto a ausência de inspiração,
às vezes são cultas  e sofisticadas
mas com  carência de emoção.

São palavras desperdiçadas
delicadamente jogadas no papel,
como soldados sem batalha
que inúteis vagam pelo quartel.

Com estrofes sem sentido
que não contam a que vieram,
representam a farta cultura
dos que escreveram e não disseram.

Discorrendo sobre o fútil
não encontro a poesia,
consagro-me um escritor inútil,
vazio, sem musa e nem sabedoria.

  • Autor: Altofe (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de Abril de 2022 18:33
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 35
  • Usuário favorito deste poema: misteriosa-morse.

Comentários1

  • Maria dorta

    Certamente o poeta estava em um dia aziago quando escreveu esse poema com auto_ crítica feroz! Tem nele algumas pérolas que, elas próprias te desmentem! Ou então,estavas meio deprimido...daí que te desculpo e não concordando contigo, daqui de longe te aplaudo! Não adianta, a Musa está sempre em tua companhia mesmo quando a renegas.

    • Altofe

      Obrigado pela gentileza em seu comentário estimada poeta, de fato é uma introspecção sobre meus textos, no meu trabalho passo o dia lendo e gerando contratos, propostas e acordos, e às vezes meus textos parecem contaminados por essa frieza, um tanto mecânicos e como eles com muito volume e pouco conteúdo, e principalmente sem conseguir traduzir o sentimento verdadeiro (por exemplo, na sexta-feira assinei um contrato de 32 páginas e marquei 2 linhas e meia que realmente tinham importância, o resto era mera formalidade óbvia e legal, mas necessários ao rito). Abs.

      • Maria dorta

        Mesmo assim Altofe,mesmo obedecendo ao rito mecânico de tua profissão, você não se deixa de todo " contaminar",para gaudio nosso,seus leitores e admiradores. Uma alma genuína de poeta vai criando suas defesas...parabéns!



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