Poeta vazio
Sou bardo sem musa,
sou um poeta vazio,
todo poema que faço
mostra meu mundo frio.
Triste é o poema
que nasce sem poesia,
por melhor que seja o tema
nunca ilumina o meu dia.
Eu vomito frases inventadas,
sinto a ausência de inspiração,
às vezes são cultas e sofisticadas
mas com carência de emoção.
São palavras desperdiçadas
delicadamente jogadas no papel,
como soldados sem batalha
que inúteis vagam pelo quartel.
Com estrofes sem sentido
que não contam a que vieram,
representam a farta cultura
dos que escreveram e não disseram.
Discorrendo sobre o fútil
não encontro a poesia,
consagro-me um escritor inútil,
vazio, sem musa e nem sabedoria.