Entre os sortimentos da valise
Há as descargas de linguagem
Analogicamente são bagagem
Tal qual o poeta vai versejando
Converte palavras ao expô-las
Por que “a vida é uma cebola”
A qual se descasca chorando
A poesia é interlúdio mágico
Pelas metáforas de identidade
Da forma poética da realidade
Poema é Swarovski diamante
Doutrina holística do intelecto
Qual a mágica do retrospecto
Onde o já faz sentir o instante
Poeta não vive fora dele mesmo
Ele é o próprio ser da dialética
Se apagar sua dualidade poética
O poema empírico os reconhece
São ideias e imagens de objetos
Julgamento eficaz e arquitético
Onde o analógico poeta aparece
Poesia converte para o racional
Traduzindo a poética mensagem
O poeta expressa tons e imagens
O seu “eu lírico” cria sua verdade
Busca apropriar-se o seu fascínio
Versos acendem luz de domínio
Há essência poética na realidade
Numa noção concisa de Cortázar
Desabrochou Valise de Cronópio
Eram seres verdes tão impróprios
Há fatigar a retina em sua direção
É linguagem íntegra e metafórica
Da versificação poética analógica
Valise de Cronópio é imaginação
- Autor: Arlindo Nogueira (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 3 de abril de 2022 15:51
- Comentário do autor sobre o poema: Ao ler o livro “Valise de Cronópio” de Julio Cortázar, resolvi escrever uma poesia assimilando alguns aspectos do seu livro. Então, nasceu meu poema “Valise de Cronópio”, na perspectiva de emergir a alma desse paradoxal conto. Júlio Cortázar foi um grande escritor e intelectual do século XXI, excelente contista conhecido por esse tipo de literatura, publicou inúmeros contos que retratam seu estilo e percepção do mundo. Cortázar buscava uma literatura desapegada de todo realismo o qual acreditava demasiado ingênuo. Assim, quando o leitor da minha poesia, constatar ondas de expressões versificadas, lembrem que Cortázar define o conto Valise de Cronópio, como sendo um caracol da linguagem. O contista discute a constante comparação existente entre o conto e o romance diferenciando-os por um lado, pela maneira a qual os dois gêneros se desenvolvem, isto é, o romance se desenvolve no tempo de leitura enquanto o conto já parte de noções de limite espacial e temporal. Portanto, mesclar essas duas figuras de linguagens, em uma linguagem poética, sugere recortes de fragmentos da realidade. Para que se possa transmitir uma ideia de realidade analógica, a partir da sensibilidade de cada leitor.
- Categoria: Conto
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