Entre os sortimentos da valise
Há as descargas de linguagem
Analogicamente são bagagem
Tal qual o poeta vai versejando
Converte palavras ao expô-las
Por que “a vida é uma cebola”
A qual se descasca chorando
A poesia é interlúdio mágico
Pelas metáforas de identidade
Da forma poética da realidade
Poema é Swarovski diamante
Doutrina holística do intelecto
Qual a mágica do retrospecto
Onde o já faz sentir o instante
Poeta não vive fora dele mesmo
Ele é o próprio ser da dialética
Se apagar sua dualidade poética
O poema empírico os reconhece
São ideias e imagens de objetos
Julgamento eficaz e arquitético
Onde o analógico poeta aparece
Poesia converte para o racional
Traduzindo a poética mensagem
O poeta expressa tons e imagens
O seu “eu lírico” cria sua verdade
Busca apropriar-se o seu fascínio
Versos acendem luz de domínio
Há essência poética na realidade
Numa noção concisa de Cortázar
Desabrochou Valise de Cronópio
Eram seres verdes tão impróprios
Há fatigar a retina em sua direção
É linguagem íntegra e metafórica
Da versificação poética analógica
Valise de Cronópio é imaginação