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Arlindo Nogueira

VALISE DE CRONÓPIO

Entre os sortimentos da valise

Há as descargas de linguagem

Analogicamente são bagagem

Tal qual o poeta vai versejando

Converte palavras ao expô-las

Por que “a vida é uma cebola”

A qual se descasca chorando

 

A poesia é interlúdio mágico

Pelas metáforas de identidade

Da forma poética da realidade

Poema é Swarovski diamante

Doutrina holística do intelecto

Qual a mágica do retrospecto

Onde o já faz sentir o instante

 

Poeta não vive fora dele mesmo

Ele é o próprio ser da dialética

Se apagar sua dualidade poética

O poema empírico os reconhece

São ideias e imagens de objetos

Julgamento eficaz e arquitético

Onde o analógico poeta aparece

 

Poesia converte para o racional

Traduzindo a poética mensagem

O poeta expressa tons e imagens

O seu “eu lírico” cria sua verdade

Busca apropriar-se o seu fascínio

Versos acendem luz de domínio

Há essência poética na realidade

 

Numa noção concisa de Cortázar

Desabrochou Valise de Cronópio

Eram seres verdes tão impróprios

Há fatigar a retina em sua direção

É linguagem íntegra e metafórica

Da versificação poética analógica

Valise de Cronópio é imaginação