NO
INQUIETAÇÃO NOTURNA
Durante a noite
Nas insónias que me atormentam,
Poiso silenciosamente meu rosto,
Cansado e envelhecido,
Olho para trás em tristes pensamentos
O meu tortuoso caminho percorrido
E fecho meus olhos entristecidos
Para os deixar chorar
No silêncio devagar.
Minha alma desiludida
De tanta dor e de tanta mágoa,
Pela vida já vivida e já passada,
Chora na noite triste inconformada
E um morcego negro
No meu quarto escuro pendurado,
Chora por mim e comigo desesperado
Sem forças para voar de tão perdido,
Porque sente o meu sofrer
Tão desmedido.
E eu louca sem cura e sem remédio,
Me ponho a pensar neste meu fado
Vivido sem amor e tão malévolo.
Oh quanto amor!…
Quanto puro amor
Na vida eu fui doando,
Sem o ter de meu, sempre o doei
Sem saber o porquê e até quando,
Sempre vivi sem amor e sempre amei,
Nesta vida tão mal fadada e tão ingrata,
A qual para mim não desejei.
28-06-2020
Reservados os direitos de autor
- Autor: Maria Judite de Carvalho ( Offline)
- Publicado: 23 de março de 2022 20:34
- Comentário do autor sobre o poema: Vida mal vivida e não desejada.
- Categoria: Amor
- Visualizações: 10
Para poder comentar e avaliar este poema, deve estar registrado. Registrar aqui ou se você já está registrado, login aqui.