Eliabe Lira

Peregrino sem rumo


Aviso de ausência de Eliabe Lira
NO

De linhas cheias 

E coração vazio.

 

Me encontro perdido 

Na vastidão do tempo

Ao longe me vejo, de relance 

Cursando nada mais que o acaso.

 

Quisera o destino me predestinar 

A qualquer coisa firme, sólida 

Como ondas no mar, covarde se faz 

Sem rumo, direção, nem estrelas a guiar.

 

Me atiro sobre mim

Buscando em meu mundo

Algo que seja meu 

Buscando certezas.

 

Busco ruas silenciosas 

Me afago em solidão 

Atento a todo movimento 

Que passa, levemente, pelos meus olhos.

 

Me vejo cercado de espelhos 

Olhando para mim a cada segundo

E ninguém sabe se é bom ou ruim 

Ninguém sabe quem sou.

 

E buscando novas identidades 

Me encontro no caminho do incerto 

Debruçado sobre linhas de interrogação 

Aberto a exclamações e pontos finais.

 

Percorro com cada linha uma estrada 

E me descubro, refaço, desfaço

Brinco com o impossível de conjunções 

Me arrisco a dizer que sou tudo, ou nada.

 

Me divirto, irrito, brinco, chuto 

Todas as pedras literárias 

Navego por mares inenarráveis

Mas ancoro na calmaria, na ignorância.

 

Andando por mim, já não sei o que sou 

O que faço e onde vou 

Se me parto em 10 e digo que sou fracionário 

Ou se brinco de ser um único, de ser um poema.

 

  • Autor: TheLira (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 13 de Março de 2022 00:22
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 13

Comentários1

  • Hébron

    Bravo, bravíssimo!
    Brilhante poema, jovem poeta!
    Abraço



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