Um dia chuvoso parece que não vai acabar.
O mar tão imprevisível.
Já não tenho forças para remar.
As ondas balançam o bote.
O sol faz arder meu rosto.
A tempestade esta forte.
A água acabou... mas que desgosto.
Nesse mar azul me pergunto.
Se fiz algo para isso merecer.
No barco só tem defunto.
E seus corpos começaram a feder.
Se ao menos tivesse ouvido.
A moça de cabelos cacheados.
Que esse mar é temido.
Minhas velas não teria içado.
Fui em busca de riquezas.
E viver aventuras.
Mas só achei tristeza.
E para minha mente... tortura.
Deixo essa nota.
E caso ache antes da morte.
Saiba que não é lorota.
Esse lugar virou um antro de má sorte.
Me enterre junto aos meus bucaneiros.
Foram leais ao seu capitão.
E suas ordens de lutar obedeceram.
Mesmo no chão.
As gaivotas são companhia.
Muito barulhentas na verdade.
Em meio as águas frias.
E o rum virou majestade.
Todo meu sofrimento é interno.
Não sinto as pernas, mas estava manco.
Meu destino é o inferno.
Mas vejo alguém no convés, vestido de branco.
Sempre pensei que a morte era escura.
Como a noite, mas é pálida como a lua.
Sua voz tão pura.
E sua foice clamava "me usa".
Eu já não estou temendo.
Estou fraco e ela esta vendo.
No momento queria veneno.
Para acabar com meu sofrimento.
Mas tudo é certo.
E depois de tanto tempo a deriva.
Queria ao menos alguém perto.
Para dar adeus a essa minha vida.
- Autor: Jhonata S. Santos (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 8 de março de 2022 01:13
- Comentário do autor sobre o poema: O mar nunca foi amigo dos marujos da vida!
- Categoria: Triste
- Visualizações: 14
Comentários2
Bela alegoria! O mar é bonito e solitário e estar a deriva neste cenário deve ser extremamente triste.
Abraços e bom dia!
Muito Obrigado por acompanhar amigo!
Mano que perfeito, um dos melhores poemas seu, sem dúvidas..
Valeu irmão, de coração.
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