Infelizmente não faço parte da seleta gama de pessoas que conseguem tocar uma alma e seguir separadas dela.

Não consigo viver o momento em sua total totalidade e depois lembra-la de vez enquando, tenho que me obrigar a parar e perceber.

Antigamente quando eu me deixava doer, eram pingos sem fim, até uma quase morte que estou recusando atualmente.

Infelizmente não faço parte da seleta gama de pessoas que cultiva equilíbrio, eu sou mesma intensa, tão intensa e exaustiva.

Na escola das emoções sento na primeira fila e reprovo em todos os anos.

Fico cansada de mais uma vez envenenar os sentimentos, sinto medo de tocar aquilo que envenenou porque não me lembrava da fórmula estudada, porque não me entra na cabeça.

Quando as emoções morreram elas respiraram tão fundo segurando a mim, como que pedindo pra não serem deixadas, mas eu não sabia o que fazer, nem se quer entendia como estavam tão grandes, como foram cultivadas. O seu respiro se agarrou na minha alma e se foi sem eu querer que tivesse ido.

Mais emoções transmutadas, doloridas, exaltas e eu não sabia mais que caminho tomar.

Essa poesia sem fim.

Acho que vou mesmo é arrumar as coisas e ir embora.

Vou me deixar ir pra um vazio que talvez possa ser construído pela minha bela e restrita arte.

Esse desapego que a vida propõe não me entra, quantas mais vidas mais vão precisar participar disso?

Sinto muito mais dói.

Sinto muito por não ser de outro jeito.

Sinto muito porque eu quero sentir.