PÁSSAROS DE FOGO ( ITABUNA, 16 DE ABRIL 79)

Jucklin Celestino Filho

 

Da minha torre de comando,

Espio a medo,

Os pássaros de fogo, num voejar

Desembestado, cruzarem o espaço

Em voos rasantes,

Despejando destruição e mortes.

Tento abstrair da minha retina pasma,

O horror de ver cruzando o espaço ,

Gigantescos pássaros de aço,

Concebidos para o bem,

Projetados para voar,

Galgar o infinito,

Conduzindo pessoas

A seguros itinerários,

Transmutados, hoje, porém,

Em aves de mau-agouro,

Mochos funerários

Que da tormenta -- indiferentes

Às dores e lamentos,

Assistem passivamente

Aos ais de tormentos,

Aos clamores pungentes,

Ao ecoar

De terrível grito !

É que, sacode-se na campa,

Freme de dor,

Santos Dumont, seu inventor,

Morrendo novamente,

Aos vê-los desvirtuados,

Pássaros malvados,

Despejarem bombas

Sobre pessoas inocentes.

 
 
  • Autor: Poeta (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 3 de março de 2022 08:32
  • Categoria: Surrealista
  • Visualizações: 31
Comentários +

Comentários1

  • Edla Marinho

    Boa noite, poeta
    Tema atual, tão triste...
    Grande abraço



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