Espantado com minha fisionomia contorta
- Hedionda visão de uma trágica existência -
Sinto a erupção cacofônica - a ausência
do Silêncio - indômita, bater-me a porta.
Essa enxurrada de ancestralidade me corta
A fala - Cérberus de minha decadêcia -
Ouço, atado, a singular penitência:
- O Inferno que as trancas da fauce insuporta.
O Ai das ilusões, o Mal da vida incerta;
Estatizam-me a boca, atrófica, aberta,
Rompendo-me todos os tendões da face.
E mesmo que tente expressar meu ''alarde'',
Como a besta que urra no bosque a tarde,
Ninguem irá compreender minha alma deserta.
Itamar FS
- Autor: Itamar FS (Pseudónimo ( Offline)
- Publicado: 28 de fevereiro de 2022 00:16
- Comentário do autor sobre o poema: O Poema retrata a incapacidade humana de expressar suas dores.
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 13
Comentários1
..."E mesmo que tente expressar meu ''alarde'',
Como a besta que urra no bosque a tarde"...
Poema denso com verso fortes.
Abraços ao poeta, Itamar FS.
Obrigado, meu caro! Sigamos avante!
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