Espantado com minha fisionomia contorta
- Hedionda visão de uma trágica existência -
Sinto a erupção cacofônica - a ausência
do Silêncio - indômita, bater-me a porta.
Essa enxurrada de ancestralidade me corta
A fala - Cérberus de minha decadêcia -
Ouço, atado, a singular penitência:
- O Inferno que as trancas da fauce insuporta.
O Ai das ilusões, o Mal da vida incerta;
Estatizam-me a boca, atrófica, aberta,
Rompendo-me todos os tendões da face.
E mesmo que tente expressar meu \'\'alarde\'\',
Como a besta que urra no bosque a tarde,
Ninguem irá compreender minha alma deserta.
Itamar FS