A fumaça de seus cigarros me rodeia, me abraça, me envolve, é como se pudesse sentir o gosto da sua essência, amarga e cinza. Mesmo que cigarros me assustem mais do que facas, tudo que vem de você parece poético.

Eu o observo, o procuro, o manifesto, já não sei se ti quero pra mim ou quero ser você. É exagerado dizer que, sim, em sã  consciência, morreria por você? Mesmo que sabendo que não faria o mesmo por mim. De qualquer forma escrevo sobre você, e se soubesse cantaria sobre você,  escreveria uma bíblia só sobre você. Fundiria nossos corpos em um, sem pensar duas vezes beberia o primeiro veneno que achasse só para me encontrar com você, ainda que o local do encontro agora fosse o inferno, sempre achei que seus olhos eram lindos quando refletiam as chamas de uma fogueira. Os demônios e os miseráveis cantariam o nosso amor, dançariamos sobre a sombra do grande anjo negro, dançariamos até morrer, morrer nas chamas dos nossos desejos que vem da carne. Enquanto o suicídio existir, a morte jamais nos separará.

Bebem-se os vinhos, ascendem-se as velas -"O amor jamais havia pisado aqui!" - gritam as bruxas.

A eternidade é real.