Jessé Ojuara

Falso brilho


Aviso de ausência de Jessé Ojuara
NO


 

Quando eu bem mirei essa lua
Eu tinha o olho encandeado
Tava turvo bem tristonho
Parecia mal olhado
Pois a mente é que nos mente
Com mais de mil cadeado

E assim seguir encantado
Numa vida Severina
Onde toda luz bem falsa
Definia minha sina
Eu só queria encontrar
A minha luz maestrina

Toda luz falsa amofina
Também tira o brilho d'alma
Pois impõe falsos caminhos
Logo cabra perde a calma
Fica no mundo sozinho
E nenhum Norte se espalma

Perdido não vê vivalma
Que possa lhe consolar
Seu destino tá traçado
Sem vontade de lutar
Sucumbe como um escravo
E perde o brilho do olhar

E só ouve acauã cantar
O seu canto é um presságio
De morte e toda esperança
Pois é preciso um adágio
E também ter segurança
Pra se livrar do contágio

De uma vida só de plágio
Morra e renasça criança
Com nova luz em seu olhar
Novo brilho e confiança
Vai despertar e lutar
Dar aos irmãos esperança

Que juntos na marcha avança
Traçando o próprio caminho
Pois apagaram a luz
Já que era todo seu espinho
Vão caminhando e cantando
Agora não mais sozinho

Posso não ser adivinho
Só sigo a luz da razão
Ela que me dá um norte
E preste bem atenção
Pra você se libertar
Destrua a televisão

Se liga pegue a visão
Quanto tempo mais precisa
Para aprender a lutar
Essa vida lhe alcooliza
Apequena e bem deprime
A dignidade agoniza

Agiliza, vá, levante
Forje você seu destino
Mas seja o protagonista
E não um mero peregrino
Ou penitente perdido
Quem sabe triste bovino

Logo quem sabe faz a hora
E não espera acontecer
Defenda sua nação
Contra o abuso de poder
O seu dia é hoje agora
E não espere amanhecer.

 

  • Autor: Jessé Ojuara (Pseudónimo (Offline Offline)
  • Publicado: 21 de Fevereiro de 2022 08:34
  • Categoria: Não classificado
  • Visualizações: 9

Comentários1

  • Shmuel

    ..."Quem sabe triste bovino"...
    Muito lindo e fazer referência a João Cabral de Mello Neto, foi de uma elegância ímpar.
    Agora meu amigo temo por estes tristes bovinos que comem capim gordura, achando que é alfafa.
    Bom dia mestre, Ojuara, o poeta- que chuta a bunda branca do capiroto, agora chamado de capitão do mato.
    Bom dia!

    • Jessé Ojuara

      Sempre presente e generoso em seus comentários.

      Grato poeta.



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