Quando eu bem mirei essa lua
Eu tinha o olho encandeado
Tava turvo bem tristonho
Parecia mal olhado
Pois a mente é que nos mente
Com mais de mil cadeado
E assim seguir encantado
Numa vida Severina
Onde toda luz bem falsa
Definia minha sina
Eu só queria encontrar
A minha luz maestrina
Toda luz falsa amofina
Também tira o brilho d\'alma
Pois impõe falsos caminhos
Logo cabra perde a calma
Fica no mundo sozinho
E nenhum Norte se espalma
Perdido não vê vivalma
Que possa lhe consolar
Seu destino tá traçado
Sem vontade de lutar
Sucumbe como um escravo
E perde o brilho do olhar
E só ouve acauã cantar
O seu canto é um presságio
De morte e toda esperança
Pois é preciso um adágio
E também ter segurança
Pra se livrar do contágio
De uma vida só de plágio
Morra e renasça criança
Com nova luz em seu olhar
Novo brilho e confiança
Vai despertar e lutar
Dar aos irmãos esperança
Que juntos na marcha avança
Traçando o próprio caminho
Pois apagaram a luz
Já que era todo seu espinho
Vão caminhando e cantando
Agora não mais sozinho
Posso não ser adivinho
Só sigo a luz da razão
Ela que me dá um norte
E preste bem atenção
Pra você se libertar
Destrua a televisão
Se liga pegue a visão
Quanto tempo mais precisa
Para aprender a lutar
Essa vida lhe alcooliza
Apequena e bem deprime
A dignidade agoniza
Agiliza, vá, levante
Forje você seu destino
Mas seja o protagonista
E não um mero peregrino
Ou penitente perdido
Quem sabe triste bovino
Logo quem sabe faz a hora
E não espera acontecer
Defenda sua nação
Contra o abuso de poder
O seu dia é hoje agora
E não espere amanhecer.