És qual cantiga de ninar
a um sepulcral descanso;
O sopro frio de inverno
em secas folhas de outono ...
És do jardim da solidão,
pétala e caíra ...
Assim pálida de adeus,
de abismos esculpida!
És raio de sombra de um sonho
e não se sonha em trevas;
Qual descarnado abraço
o amor desaconchegas-me ...
És ao jardim de ossos
poesia de epitáfios
Pútrido coração
e deformada paixão não igualo ...
És a beijos de distância
folha a fio levada
Íris cadente alinhada
a luar em febril lábio ...
És das lágrimas mais puras,
desnuda não cairá
Comum brinde de corpos
por tênue sopro de amar! ...
- Autor: Lemos de Sousa ( Offline)
- Publicado: 5 de fevereiro de 2022 18:08
- Categoria: Gótico
- Visualizações: 15
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